NATAL 1992

A seqüência de homenagens tinha que continuar na nossa festa de natal, pois, a meu ver, ainda faltava escrever algumas palavras para homenagear minha mãe Maria.

Lamento não tê-las escrito antes, ainda quando ela estava entre nós, mesmo assim tentei consertar a omissão escrevendo o seguinte:

“Então é Natal, a festa cristã, do velho e do novo e do amor como um todo” e o nascimento de Jesus através de Maria é hoje a grande festa. E por falar em AMOR e MARIA, fez-me lembrar mais uma história de amor, cuja atriz principal também era Maria.

Maria que um dia, por amor casou com Afonso, e nesta união, apesar dos problemas financeiros que enfrentaram, Maria estava sempre presente para resolvê-los, fazia de tudo: cozinhava, costurava, era pintora, sapateira, doceira, comerciante, e foi usando de toda sua arte que conseguiu sobreviver e educar os filhos que teve.

E assim como Deus fez o homem a sua imagem e semelhança, Maria também, pois em todos eles, de algum modo se pode se pode ver um pouco dela.

O Hugo assemelha-se a ela por gostar tanto de criança; o Humberto com sua bondade  de coração milhões de vezes maior que seu próprio corpo; a Baída, o Renato e a Lúcia com tinos comerciais brilhantes; a Ana herdou seu lado dinâmico de lutar pela vida; a Luza, acentuadamente a dona de casa de mão cheia, que tudo que faz é com amor, capricho e dedicação; e por fim, eu, que me dediquei a Justiça, assim como ela, por gostar do justo e do correto no que concerne às leis dos homens.

É Maria, tu que sempre desejastes “sair do calçado velho”, mas infelizmente teus filhos não o trocaram por absoluta falta de condições financeira na época que ainda estavas entre nós, mas acreditamos que por tudo que tu fostes, com certeza, Deus o trocará, e aí sim, terás tudo que teu espírito necessitar.

Descansa em paz, com saudades e com gratidão, de todos nós.