NATAL 2005

    
A festa começou com a Entrada do Papai Noel, neste momento todos cantaram a música:  “eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel...”

Depois da distribuição de presentes pelo Papai Noel pedi meu cunhado Nonato para cantar a música Pegadas na Areia
  
Eu ressaltei que esta música foi escolhida para fortalecer a fé, para que saibam que Jesus nunca nos abandona, mesmo nos momentos mais difíceis.
Eis a letra da música:

PEGADAS NA AREIA

Padre Zezinho

Os caminhos de nosso senhor
Só quem ama percorreu
Só quem sonha conheceu
São caminhos cheios de amor
Que nem sempre o sonhador é capaz de entender

Alguém me disse que sonhou
Que estava numa praia caminhando com Jesus
E olhando o céu viu sua vida
Tanta estrada percorrida
Sempre em busca de uma luz
E olhando as marcas na areia
Viu ao lado de seus passos as pegadas de Jesus

E aí ele falou:
- Não te entendo meu Senhor
E olhou pro chão
Nos caminhos mais difíceis eu não vejo as tuas marcas...
Porque me deixaste só?
Jesus respondeu:
-Os passos são só meus, jamais te abandonei.
É que nos momentos mais difíceis de viver nos meus braços te levei

Alguém me disse que sonhou
Que estava numa praia caminhando com Jesus
E olhando o céu viu sua vida
Tanta estrada percorrida
Sempre em busca de uma luz
E olhando as marcas na areia
Viu ao lado de seus passos as pegadas de Jesus

E aí ele falou:
Falou o que?
-Não te entendo meu Senhor
E olhou pro chão

Nos caminhos mais difíceis eu não vejo as tuas marcas...
Porque me deixaste só?
Jesus respondeu:
Respondeu o que?
- Os passos são só meus, jamais te abandonei.
É que nos momentos mais difíceis de viver nos meus braços te levei



Em seguida anunciei que iríamos simular uma viagem de trem.
Pedi para arrumarem as cadeiras em dupla, e cada um deveria escolher uma pessoa para viajar a seu lado, depois de tudo arrumado distribui entre os presentes pequenas malinhas de plástico como estas:

                 
 Avisei que dentro de cada malinha eu havia colocado várias palavras soltas como: AMOR,    AMIZADES,  RAIVA,                      INCOMPREENSÃO,   MEDO,   DESÂNIMO,           TRISTEZA,               PACÊNCIA,                   FORÇA,                      ESPERANÇA,     CORAGEM,          ENTUSIASMO,         EQUILIBRIO,        BOM HUMOR,            TOLERÂNCIA, RESPONSABILIDADE, ALEGRIA, CARINHO , FÉ, FELICIDADE, ESTUDAR, TRABALHAR, PROGRESSO

E que estas palavras representariam os símbolos dos valores e sentimentos que de vez em quando devem ser revistos e reorganizados na mala da vida.

Antes de começar a dinâmica,  li o texto “O TREM DA VIDA”
Eis o texto:

O TREM DA VIDA
(autor desconhecido)

Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem, encontramos duas pessoas que, acreditamos, farão conosco a viagem até o fim: nossos pais. Não é verdade.

Infelizmente, em alguma estação eles desembarcam, deixando-nos órfãos de seus carinhos, proteção, amor e afeto. Mas isso não impede que, durante a viagem, embarquem pessoas interessantes que virão ser especiais para nós.

Embarcam nossos irmãos, amigos e amores. No trem há, também, pessoas que passam de vagão a vagão, prontas para ajudar a quem precisa, ajudá-lo em alguma dificuldade, para fornecer-lhe orientação e apoio, para ajudar-lhe física ou emocionalmente, ou mesmo para ensinar-lhe algo que você não sabia.

Muitos descem e deixam saudades eternas. Outros tantos viajam no trem de tal forma que, quando desocupam seus assentos, ninguém sequer percebe.
 Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques, porém, jamais retornos.

Façamos, então, essa viagem, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros,   procurando em cada um deles o que tiverem de melhor, lembrando sempre, que, em algum momento do trajeto, eles  poderão fraquejar,  e precisaremos entender isso, porque nós também fraquejamos algumas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá.
 
Deixar meus filhos viajando neste TREM sozinhos será muito triste. Separar-me de alguns amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim dolorido. Mas me agarro na esperança de que, em algum momento, estarei na estação principal, e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem, que não tinham quando embarcaram.

E o que me deixará feliz é saber que, de alguma forma, eu colaborei para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.
Agora, nesse momento, o trem diminui sua velocidade para que embarquem e desembarquem as pessoas. Minha expectativa aumenta, à medida que o trem vai diminuindo sua velocidade... Quem entrará? Quem sairá?

Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem, façamos com que a nossa estada nesse TREM, seja a mais tranquila possível, de forma que, na hora de desembarcarmos, tenha valido a pena transitar nessa VIAGEM e que o nosso lugar vazio, traga Saudades e Boas  recordações para aqueles que  prosseguirem a VIAGEM!!!

AGRADEÇO MUITO POR VOCÊ FAZER PARTE DA MINHA VIAGEM, E POR MAIS QUE NOSSOS ASSENTOS NÃO ESTEJAM LADO A LADO, COM CERTEZA O VAGÃO É O MESMO.



Como vimos, a vida é uma verdadeira viagem de trem, e hoje vamos dizer para a pessoa que escolhemos viajar o que aprendemos com ela durante a nossa convivência, durante a VIAGEM DA VIDA.

Eu escolhi viajar com meu marido, com ele eu aprendi muitas coisas boas, por sinal muitas terminadas em “AR” como beijar, namorar, dançar, amar e pescar.

Ele me ensinou a gostar de música, foi com ele que conheci muitos cantores de vozes belíssimas como Elton Jonh, Car Stevens, Rod Stuart,etc.

Ele também me ensinou que devemos ouvir mais do que falar.
Queria dizer-lhe também que sou muito feliz viajando a seu lado durante estes vinte e seis anos de convivência. Por fim, dizer que você é o amor que a vida me deu de presente.

Neste mesmo Natal minha sobrinha Marília estava estudando em Portugal, mesmo assim me comuniquei com ela através de e-mail e lhe contei como seria a nossa festa natalina e como ela não poderia vir então enviou por e-mail sua participação:
Eis o que a Marília escreveu:

Porto, 04 de Dezembro de 2005



                 Se eu tivesse de escolher duas companhias para ter certeza de que minha viagem pela vida fosse a mais segura, confortável e agradável possível, sem dúvidas eu escolheria meus pais.

                Há quase três meses eu enfrento uma viagem longa, diferente, divertida e encantadora, mas posso dizer que me sinto o tempo inteiro a faltar um pedaço. É quase como a mãe pássaro e seus passarinhos: ela os ensinou a sobreviver em vários tipos de situações...E o principal: os ensinou a voar. Agora eles têm de provar que podem tudo para honrar o aprendizado.

                 Ao longo de minha longa jornada de 21 anos pela vida, aprendi com meu pai a rir de mim mesmo e dos outros. Aprendi a provar as mais variadas iguarias de qualquer lugar que se for, até porque eu sei que mais cedo ou mais tarde ele irá me perguntar quais grudes eu já provei...

                 Meu pai sempre me disse que frio era uma coisa terrível, mas eu nunca tinha concordado...Até ter que tirar a luva para poder desenhar na aula de desenho na beira do rio, sentindo um frio muito maior que os 5º C (cinco graus) marcados no termômetro.

                 Meu pai já me levou para muitas praias quando eu era criança, e hoje, há tantos quilômetros distante deste paraíso, valorizo como nunca valorizei uma rede na varanda.

                 Meu pai me ensinou que economizar e pedir descontos era tão bom(ou até melhor) que comprar.

                 E, por causa disso, economizo aqui para fazer aquilo que meu pai disse que era o melhor da vida: VIAJAR.

                 Meu pai me convenceu de que escrevo bem, e, por isso estou escrevendo tudo o que passo por aqui com uma riqueza de detalhes para que eu possa sempre me lembrar dos dias maravilhosos vividos por aqui, e, claro, para que ele se delicie mais uma vez com os encantos de Portugal.

                 Meu pai quando ia para Salvador trabalhar, sempre trazia coisas novas: como um ratinho que andava sozinho ao dar corda, um conjunto de calcinha e sutiã para suas filhas de 2, 4 e 5 anos, uma bengala cheia de amendoins com cobertura de chocolate....Mas, de todas as boas lembranças, uma marcou-me mais: as fitas cassete com músicas do Geraldo Azevedo, que até hoje escuto e lembro de vários momentos da minha vida, destacando a música “Já vou embora, mas sei que vou voltar” que ele cantava sempre que voltava para Salvador.

                 Por tudo isso e muito mais, sinto muita saudade do meu pai. Muito mesmo. Espero o dia de poder me encontrar com ele e dar um grande abraço. Abraço de uma filha, mais madura, mais consciente dos verdadeiros valores da vida, e ao mesmo tempo, a mesma “Leleuzinha do papai dela”.

                 E enquanto espero o frango cozinhar no fogão, vou escrevendo e lembrando (sempre) de tudo que minha mãe ensinou ao longo da vida. A começar que foi minha mãe que ensinou a correr atrás dos meus sonhos independente do que e de quem for. Ensinou-me que para tudo se tem um jeito e isso está sempre tão presente na minha cabeça, de tal forma que me incentiva a ir atrás das coisas mais difíceis.

                 Minha mãe sempre cozinhava para mim sempre me ensinando tudo, mesmo que eu não estivesse interessada ou com a cabeça no mundo da lua....

                 E agora que tanto preciso dessas dicas, tendo resgatá-las do fundo da memória e inconscientemente, ao mexer a colher de pau vou explicando tudo para a Sarah, mesmo que ela não esteja prestando atenção.

                 Minha mãe sempre foi a pessoa mais prevenida que eu conheço e, talvez por tanto ouvir dela “mulher prevenida vale por duas” é que não sai da minha mochila um guarda-chuva e um saco com lenços de papel.

                 Minha mãe sempre teve o incrível poder de arranjar um lenço de papel (como um mágico que tira coelho da cartola) para suas filhas gripadas.

                 Eu gosto tanto da minha mãe porque ela me apoiou para fazer tanta coisa, apesar de não deixar-me fazer coisas mesmo sabendo que já cheguei aos 21.

                 Outro dia estava em um barquinho (em Coimbra) vendo as crianças brincar. Uma delas fazia algo perigoso, o que podia levar a um acidente. Um amigo apontou o perigo e disse que era “falta de mãe”. Lembrei de você, assim como lembro de você em todos os momentos do dia: no café da manhã, no caminho até a Faculdade, na comida queimada, na roupa lavada, no frio que eu passo todos os dias, na dificuldade para acordar com o frio(você sempre me acordava em Tampa...), na hora da novela,  olhando para a foto da família que está na parede...

                 Olhando para a foto, em especial, lembro e percebo pelo olhar de cada um o que significa para mim...E às vezes choro e sinto falta da mãe que nestas horas que me trazia uma caixa de lenços para enxugar as lágrimas. Sinto falta não da comida que você me faria nem da roupa que você lavaria para mim. Está muito além disso. Na verdade sinto uma saudade imensa da proteção que você me transmite só por estar ao meu lado.

                 Este Natal, estarei longe dessa proteção da mamãe, das gaiatices do papai, do companheirismo das irmãs...mas sem dúvidas estarei colocando em prática todos os ensinamentos que compõem a bagagem da minha vida. Os ensinamentos que vocês colocaram dentro da minha mala e confiaram em mim para utilizá-los nas mais diversas situações....

                 E é por tudo isso que digo que melhores companheiros de viagem que vocês eu jamais terei.
                 Amo vocês!
                 Feliz Natal
                 Marília

Mais uma vez a Marília arrasou ao escrever esta carta, foi difícil segurar as lágrimas e foi preciso distribuir lenços para alguns participantes. Parabéns Marília, nunca deixe de escrever.

A título de sugestão para meus leitores, também pode ser usado o texto “A Bagagem”, eis o texto:


                                            A Bagagem
                                        (autor desconhecido)


Cada um de nós possuímos uma pequena mala de mão em nossa vida.
Quando a vida começa, temos em mãos uma pequena mala. À medida que os anos passam a bagagem dentro dela, vai aumentando.
É que vamos colocando tudo o que recolhemos pelo caminho. Algumas coisas muito importantes. Outras, nem tanto e muitas dispensáveis.
Chega um momento em que a bagagem começa a ficar insuportável de ser carregada. Pesa demais.
Nesse momento, o melhor mesmo é aliviar o peso, esvaziar a mala.
Você examina o conteúdo e vai pondo para fora.
Amor, amizade não pesam nada.
Depois você tira a raiva. Como ela pesa! Na seqüência, você tira a
incompreensão, o medo, o pessimismo.
Nesse momento, você encontra o desânimo. Ele é tão grande que, ao tentar tirá-lo, ele é que quase o puxa para dentro da mala.
Por fim, você encontra um sorriso. Bem lá no fundo, quase sufocado.
Pula para fora outro sorriso. E mais outro. Aí você encontra a felicidade.
Mas ainda tem mais coisas dentro da mala. Você remexe e encontra a tristeza.
É bom jogá-la fora.
Depois, você procura a paciência dentro da mala. Vai precisar bastante dela.
E também procura a força, a esperança, a coragem, o entusiasmo, o equilíbrio, a responsabilidade, a tolerância e o bom e velho humor.
A preocupação que você encontrar, deixe de lado. Depois você pensa no que fazer com ela.
Bem, agora que você tirou tudo da sua mala, deve arrumar toda a bagagem.
Pense bem no que vai colocar lá dentro de novo. Isso é com você.
E depois de toda a bagagem pronta, o caminho recomeçado, lembre de repetir a arrumação vez ou outra.
O caminho é longo até chegar ao final da jornada, e você terá que carregar a mala o tempo todo.
E quando chegar do outro lado é bom que em sua bagagem tenha o máximo de coisas positivas, como boas obras, amizades, carinho, amor.
Porque isso tudo não pesa na sua bagagem, enquanto na terra. Mas quando for colocada na balança da justiça, para além da existência física, pesará e muito, positivamente.
A vida é uma grande viagem. Durante um tempo excursiona-se pelas paisagens terrenas.
É um período para estudar, trabalhar, progredir.
Um dia, retorna-se para a estação espiritual. É o momento de contar as conquistas e as perdas. Os erros e os acertos.
Que a nossa bagagem, nesse dia, possa estar repleta de virtudes, o bem praticado, afetos conquistados para nossa própria e grande felicidade.
                                        


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